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21-12-2005

Em Portugal a criminalidade violenta está a aumentar brutalmente


Editorial - Nós e a Europa

Talvez hoje o tema a tratar fosse a maratona negocial entre os 25 da Europa, que, ao que se diz, foi bastante benévola para Portugal.

Talvez. Mas, ao ver a televisão, ao ler os jornais durante o fim-de-semana, houve um assunto que me despertou mais atenção e que também, de alguma forma, se pode ligar, não a esta Europa dos fundos, mas à da integração social, da igualdade entre os estados membros ou ainda àquela Europa que diz querer integrar e equiparar todos os seus cidadãos.

Em Portugal a criminalidade violenta está a aumentar brutalmente.

Num artigo do DN, pude ler com desagrado que, em média, estamos a assistir a três ou quatro agressões diárias a agentes de autoridade que o recurso às armas de fogo é cada vez maior e sem preocupação nos danos que são causados; que embora pouco, o número dos números de crimes tenha vindo a descer, verifica-se a aplicação de uma maior violência nos delitos. Os assaltos à mão armada aumentaram 92 por cento, comparativamente ao ano passado, o banditismo cresceu 30% sempre acompanhado de maior violência por parte dos perpetradores dos crimes. Felizmente, que, segundo um alto responsável pela Polícia Judiciaria (Teófilo Santiago), a situação ainda não está fora de controlo.

Um outro assunto que me chamou a atenção nas leituras do fim-de-semana foi o cada vez maior número de trabalhadores portugueses que hoje demandam o estrangeiro para procurar o seu sustento e das suas famílias.

Segundo as mais recentes estatísticas, um cada vez maior número de portugueses, (principalmente do norte do país), não conseguem sobreviver no início do século XXI com a dignidade mínima em Portugal e por isso buscam mais fortuna em Espanha, em França, em Inglaterra, etc.

É uma terceira vaga de emigrantes, depois da dos anos sessenta e setenta, que foge da terra mãe porque ela já não lhe dá sustento e uma vida digna.

Trinta anos passados sobre a revolução dos cravos, parece que estamos a voltar à vergonha de ver fugir, de novo, os nossos trabalhadores, porque, durante este ano, destruímos o nosso aparelho produtivo, porque enchemos a função pública de cargos administrativos que desgovernam, porque desmantelamos uma das maiores frotas pesqueiras, porque deixámos as florestas arder, porque abandonámos (fiados na Europa) de produzir na agricultura, porque cedemos facilmente à voragem dos grandes monopólios internacionais e, por fim, como cereja no bolo, porque talvez tenhamos o maior número de centros comerciais por habitante da Europa, e quiçá, do mundo.

É nestes factores que os governantes devem pensar quando negoceiam verbas na Europa. O dinheiro fácil nunca ajudou ninguém, senão a enganar-se durante uns tempos. De que vale esta Europa que nos faz aproximar no crime das metrópoles e nos afasta nos salários que ganhamos tão diferentes dos nossos colegas europeus? Que vale esta Europa que nos aproxima na febre do consumo e da livre circulação de bens e trabalho e nos afasta, quando, por exemplo, os alemães (porque são alemães) levaram para a fábrica mãe, a produção do novo modelo VW e agora ameaçam fechar a fábrica de Palmela, quando a unidade nacional tinha níveis de produção excepcionais? É nestas desigualdades de tratamento pelos chefes europeus e nas desigualdades que nós criamos com a burocracia e a charlatanice que os nossos governantes devem pensar quando estão a negociar os fundos em Bruxelas.

Eu acredito no projecto europeu, sempre acreditei e sempre achei que foi um acto inteligente a nossa adesão. Mas de que vale lá estarmos se não temos qualquer poder de decisão porque nos demitimos de sermos duros na negociação? Para além de um problema português, a Europa tem que definir um rumo solidário e não andar apenas a gerir interesses e conflitos das eternas potências conflituantes: a Alemanha, a França e a Inglaterra.

António Granjeia*
*Administrador do Jornal da Bairrada


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